23 de mai. de 2011

Pleurer

Nunca precisei lidar de perto com a morte. E ainda ela me parece um tanto distante. Mas claro que foi impossivel ficar insensivel a minha irmãzinha, aos prantos. Como explicar pra ela (e para os amiguinhos) que apesar de doer, é normal?
Eu sempre choro. A idade tem me deixado mais e mais sensivel. Parece que uma dor me faz lembrar de todas possiveis e vividas.
Já tive contato com tragédias, ouvi pessoas me contando suas histórias tristes e acompanhei o pranto, mesmo sem conhecer direito quem me falava. Ainda assim, tudo se recupera. Exceto a vida. Ver minha irmã é uma pequena parte do que essa dor é hoje... e ela ainda se preocupa com o que os outros podem estar sentindo.
Conforme vamos crescendo acho que o mundo se torna tão banal que isso talvez não importe tanto. Mas pelo menos sinto a certeza de que meu coração ainda sente, como o dela.
É estranho como isso está me apertando por dentro, me consumindo. Só o que posso fazer é desejar força, a todos.

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