Oras, obviamente parece coisa de jornalista supervalorizando o seu oficio, mas não é.
''O quarto poder é uma expressão criada para qualificar, de modo livre, o poder das mídias ou do jornalismo em alusão aos outros três poderes típicos do Estado democrático (Legislativo, Executivo e Judiciário). Esta expressão refere-se ao poder dos media quanto a sua capacidade de manipular a opinião pública, a ponto de ditar regras de comportamento, influenciar as escolhas dos indivíduos e, por fim, da própria sociedade.
Sobre o tema existe um filme assim nomeado em português, mas com título original "Mad City". O filme discute o poder dos media sobre a opinião pública, fazendo uma espécie de jogo com as emoções. O filme fala do poder e da farmácia de manipulação da mídia para favorecer os interesses de terceiros, e da conquista de audiências.''
fonte: Wikipédia
Pois bem, qualquer pessoa com o senso critico apurado possui uma minima noção de que a midia dita o que o povo assiste, compra, faz, quer. Que a imprensa mostra o lado dos fatos que quer que seja mostrado, que seja mais vantajoso para si e isso não significa que mostra a verdade. As vezes omitimos, enfeitamos, mostramos metade dela. ''Eu aumento mas não invento.'' Ta aí uma frase inteligente do Nelson Rubens...
Voltando a frase do Dines, nas últimas semanas vimos o jornalismo se pautando massivamente em assuntos desimportantes e - por favor - no minimo idiotas. Ok, comentar uma vez, para que o povo saiba, mas meus caros: e eu tô muito me importando pra vida da tal Luiza que voltou do Canadá ou o raio que o parta? Ou então saber como era a vida do pelotense que sobreviveu ao naufrágio do Costa Concórdia antes mesmo dele pensar em fazer um cruzeiro? Pra piorar tem o 'estupro no BBB'. Se os dois lados negam não houve estupro, OI?!
Mas, ao passo que a mídia mostra algo massivamente as pessoas querem ver isso massivamente. Loucura do psicológico, sei lá. E sobre o BBB sabem o que eu vejo? Uma galera de emissoras abutres aproveitando pra cair em cima da Globo. Claro, a emissora não se pronuncia sobre o caso - o que também é absurdo - mas a coisa acaba dando muito mais pano pra manga. Do tipo, um mês inteiro de programas diários da Sônia Abraão (rainha do sensacionalismo de meter o dedo no olho pra ver sair lágrima). E sabe o que é isso minha gente?
Aquela coisinha que as vezes não entendemos muito bem o que significa, mas que sempre fala mais alto na televisão e em qualquer meio: IBOPE ou audiência, como preferirem.
Sim, é o poder de compra e venda que pauta o que assistimos. Pra quem não acredita então no poder da mídia - e do dinheiro que há muito tempo tornou ela em prostituída - vide a premissa de quem comprar e consumir é o remédio para qualquer dor.
Nós nos submetemos a horas diárias de lavagem cerebral, vocês sabiam que todo Comunicador social - seja jornalista ou publicitário - estuda os males que causa ao intelectual das pessoas?? E isso não muda nada.
Cheguei a conclusão de quem quem diz que 'A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor' e 'Não adianta lutar contra o sistema' dizem isso por preguiça/medo de tentar fazer a diferença. Ok, chega um ponto em que a gente cansa de dar com a cabeça na parede, quem é do meio tem bem claro para si que se for contra o que a emissora, redação, etc quiser, vai perder o emprego e não conseguirá mais nada em lugar nenhum. No máximo escrever um jornaleco com o próprio dinheiro e ser taxado de louco.
"Não vamos esmorecer na nossa crença de que jornalismo é algo que se faz com espírito crítico, fiscalizando o poder." (Mino Carta)
"O jornalismo é popular, mas é popular principalmente como ficção. A vida é um mundo, e a vida vista nos jornais é outro." (Gilbert Keith Chesterton)
Alguém tem que dizer não a essa bagaça. Eu, por enquanto, só posso desabafar e talvez seja assim pro resto da vida...
Por Míriam Rosa,
estudante de Jornalismo já cansada de fazer parte dessa imprensa suja...
